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Ao longo de três anos, o projeto agrega 8 propostas integradoras para a inclusão ativa, com programas inovadores de experimentação social e de animação territorial, pedagógicos, sociais e artísticos, que incitam o empreendedorismo e emprego nestas comunidades.

Transcrever: Acoes Participativas

Município de Braga

Space Transcribers

De modo a combater os estigmas e equívocos associados à imagem dos bairros sociais e de forma a ativar mecanismos de inclusão social e mediação entre os seus habitantes e as estruturas existentes de Braga (entidades públicas e agentes locais), propõe-se nesta ação a criação de um conjunto de atividades artísticas e culturais, de âmbito interventivo, que sejam não só uma oportunidade de integração sociocultural mas também um momento para criar e tornar visível outras lógicas e formas de olhar para estes lugares capazes de catalisar uma mudança para um futuro mais promissor. Pretende-se transcrever uma nova história para estes bairros, a partir de um trabalho realizado em campo e com os seus habitantes.

Esta atividade irá desenvolver-se ao longo do primeiro ano do projeto e irá desdobrar-se num conjunto de 6 atividades artísticas participativas e multidisciplinares (“Diz-me Tu”: Histórias Sócio-Espaciais; “Os monumentos do meu bairro”: Oficina de Fotografia; “Construir o meu bairro”: Oficina de Maquetas Colectivas; “Sons do meu Bairro”: Oficina de Paisagens Sonoras; “Documentar o meu Bairro”: Oficina de Vídeo; e “Transcrever Summer Lab”: Práticas Sócio-Espaciais nos Bairros Sociais de Braga) que pretendem: reconhecer realidades e modos de vida dos bairros, expondo-os para a cidade de Braga; desenvolver mecanismos de mediação entre os habitantes e agentes locais, identificando problemáticas e potencialidades existentes; capacitar os habitantes dos bairros (com uma maior incidência nas crianças e jovens) de capacitação artística como a fotografia, a construção de maquetas, o registo de som e o uso das redes sociais enquanto arquivo de fenómenos.

Estas 6 atividades, terminarão com uma exposição coletiva, um fórum de debates e a publicação de um livro que revelarão os resultados obtidos durante as atividades.

Quem tem medo?

Município de Braga

Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio e Mosteiro de Tibães

A atividade “Quem tem medo?” nasce da necessidade de aproximação da cultura da etnia cigana à sociedade/comunidade onde estão inseridos, concretamente na tentativa de evitar o abandono escolar deste grupo social e promover valores e aceitação do outro e da diferença como um dos maiores pilares patrimoniais da humanidade. Direcionada para um grupo de 22 alunos de etnia cigana, com percursos de potencial insucesso e risco de marginalidade, abrangendo o nível de escolaridade que vai desde o 5º ao 7º ano acompanhando-os até ao 9º ano, está ação contempla diversas atividades de expressões artísticas, com o fim de promover atitudes de respeito mútuo pela diferença. Assim, num contexto museológico, através da educação não-formal, desenvolver-se-ão três oficinas, ao longo de um triénio – de 2017 a 2020 –, contemplando a dança, a música e o teatro, elementos absolutamente estruturantes e identitários desta cultura.

Oficina Comunitária

Associação Famílias

A atividade "Oficina Comunitária” pretende criar um espaço dedicado no bairro social das Enguardas, Braga, para o apoio local e para a programação de oficinas de animação cultural, geradoras de dinâmicas sociais. Pretende-se com a implementação desta ação prestar um serviço capaz de contribuir para o desenvolvimento das qualificações escolares e profissionais de jovens e adultos; combater o isolamento social; promover espaços de partilha de saberes, experiências e culturas; diminuir a info-exclusão; aumentar a autoestima dos utentes e promover o seu desenvolvimento integral.

Como forma de catalisar e exponenciar este novo serviço no bairro, propõem-se as seguintes atividades a se desenvolverem entre 2017 e 2019 na "Oficina Comunitária":
“Atividade 1. Estaleiro de Ajudas Técnicas”, onde se pretende disponibilizar ajudas técnicas aos utentes do Centro Comunitário de modo a apoiar pessoas em situação de dependência cuja situação de saúde imponha a utilização de ajudas técnicas, minorando deste modo, as dificuldades de mobilidade e facultando uma melhoria de cuidados na dependência, face a terceiros.;
“Atividade 2. Oficina de Estética”, onde se pretende disponibilizar cuidados de estética pontuais, através da realização de workshops temáticos, num intuito de melhorar a autoestima dos utentes, incrementando uma melhoria na sua imagem de forma a promover sucesso na procura de emprego;
“Atividade 3. Espaço de Info-inclusão”, onde se pretende disponibilizar um espaço com computadores para potenciar a info-inclusão. Importa salientar que, após o fim do projeto perspetiva-se manter ou até mesmo incrementar as atividades.

Coro Ensemble Instrumental

Conservatório Bomfim

A atividade "Coro e Ensemble Instrumental" enfatiza a música como instrumento facilitador da inclusão social de crianças e jovens de etnia cigana, através da prática musical coral e instrumental. Esta ação irá se desenvolver através de 3 atividades principais. Na atividade 1 pretende-se a criação de um Coro, composto por cerca de 30 elementos da população infantil e juvenil residente no bairro de Santa Tecla. Para o efeito serão dinamizadas 2 sessões por semana ao longo do ano letivo, num período total de 3 anos, entre 2017 e 2020. Na atividade 2 prevê-se a criação de um Ensemble Instrumental, composto por cerca de 15 elementos da população infantil e juvenil do bairro de Santa Tecla.

Serão disponibilizados aos alunos instrumentos para a prática artística, que serão fundamentais para o ensino em grupo que decorrerá ao longo do ano letivo. Finalmente na Atividade 3 prevê-se a apresentação em concerto do Coro e do Ensemble Instrumental, em atuações isoladas ou integradas em espetáculos do Conservatório Bomfim. Ao dignificar os seus intervenientes e contribuir para a valorização intercultural, pretende-se que estes momentos de maior visibilidade do projeto tenham um impacto de inclusão na comunidade bracarense e em particular na sua comunidade de etnia cigana.

O repertório do Coro e do Ensemble será diversificado e incluirá obras com influência e/ou origem cigana a par de obras provenientes de outras culturas, abrangendo diferentes períodos da história e cultura musicais. Para a seleção do repertório do Coro, optar-se-á por obras cuja mensagem seja uma mais-valia para os elementos do coro e suas famílias.

Capacitação de lideranças locais

Bragahabit

No sentido de conferir sustentabilidade à intervenção física/material realizada nos territórios através do envolvimento das comunidades locais, torna-se essencial capacitar mediadores e líderes locais ao nível da dinamização de processos de inclusão inteligente que envolvam de forma direta, concreta e articulada a sua comunidade de pertença. Pretende-se com a atividade "Capacitação de Lideranças Locais" dotar as comunidades abrangidas pelas intervenções físicas de mediadores locais (Comissões de Moradores e Comissões de Lote/Entrada) validados pelos parceiros e populações locais, que facilitem processos de relação institucional entre organismos centrais e as populações, que possam liderar processos de envolvimento local que apoiem e sustentem iniciativas de desenvolvimento local desencadeadas seja própria comunidade, seja por agentes institucionais externos e ao mesmo tempo pretende-se começar a dotar estas comunidades de risco de agentes locais de mobilização social que potenciem um ecossistema gerador de soluções conciliadoras de inclusão inteligente sustentadas nas respostas sociais já existentes e na potencialização das redes de proximidade informais da própria comunidade.

Esta atividade será realizada através de ações de Capacitação de Mentores Dinamizadores de Comunidades de inclusão Inteligente, que centra a sua inovação em aspetos muito concretos: o recurso ao modelo operacional Método de Pedagogia Participativa Simbólica, assente nas sinergias entre a Educação, com a Pedagogia Participativa e Educação de Pares como pano de fundo, complementada por atividades de mobilidade, projetos de associativismo juvenil e voluntariado e em constante interação com o meio e com a comunidade.

Contos no Bairro

Município de Braga

A heterogeneidade étnica é muitas vezes vivida como um obstáculo à integração social. No caso dos bairros sociais que estão a ser intervencionados fisicamente sobre a alçada do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, esta é uma problemática sentida exponencialmente visto que uma grande parte dos seus habitantes pertence à etnia cigana, cujos valores socioculturais revelam-se distintos face à restante comunidade da cidade de Braga, elevando a discriminação e problematização social destas comunidades.

Tendo como base a premissa da diversidade cultural e tolerância, pretende-se com a atividade "Contos do Bairro: construir um livro infantil" explorar os temas da tradições e cultura da comunidade cigana existente nos bairros sociais de Braga, através de um processo criativo e colaborativo com o público infantil que habita nestes bairros sociais, de modo a construir uma história que resultará na publicação de um livro infantil ilustrado.

Uma vez publicado irá proceder-se a uma campanha de leitura, apresentação e distribuição do livro em diversas escolas do ensino básico da cidade de modo a sensibilizar e combater a discriminação social e étnica junto de um público infantil.

+ Próximo

Bragahabit

IEFP

A atividade "(+)Próximo: Percursos para a Empregabilidade" ambiciona uma intervenção a fundo que potencie a empregabilidade e a integração socioprofissional da população, através da criação de um serviço de proximidade (posto de atendimento móvel) que sirva os três bairros sociais de Braga a intervencionar, disponibilizando um itinerário de qualificação adequado a cada individuo, com vista a garantir a sua autonomia socioeconómica, de 2017 a 2020.

Pretende-se criar uma resposta inovadora de aproximação às comunidades, no âmbito da empregabilidade e inserção socioprofissional, que consiste na deslocação dos técnicos aos bairros, pela criação de posto de atendimento móvel à população realizado em parceria com o IEFP, através da adaptação e reconfiguração de uma viatura (autocarro) propriedade da Bragahabit, com uma configuração adaptável para o efeito, que se pretende apetrechar com equipamento informático com ligação à internet, onde os técnicos possam, de forma célere, realizar diversas atividades que visam catalisar empregabilidade.

O atendimento personalizado e de qualidade in loco, prestando este serviço de lógica integrada, será um elemento facilitador e de incentivo para a aquisição de maiores qualificações por parte da população-alvo, aproximando a população desempregada dos serviços e respostas da comunidade ao nível da empregabilidade. A estrutura móvel de atendimento permitirá percorrer os bairros sociais, com horários distribuídos pelos dias da semana.

Grupo Ativo de Jovens

Cruz Vermelha - Delegação de Braga

Em Braga encontramos cerca de 250 jovens, nas 6 comunidades de etnia cigana, com baixas qualificações e poucas competências, maioritariamente desocupados e com grandes dificuldades em aceder a formação e emprego. A par das baixas qualificações escolares e profissionais, identificamos nestes jovens falta de autoconfiança e de autoestima e um afastamento do exercício da sua cidadania.

Apesar de alguns esforços para integrar estes jovens em formação e experiências de emprego, encontramos dificuldades de ordem técnica e de ordem pessoal, que se prendem com as suas inseguranças, atendendo aos seus contextos de vida. Os projetos até então implementados foram concebidos e executados por técnicos não ciganos, criando, também por isso, algum afastamento e falta de confiança. Com a atividade "Grupo Ativo de Jovens" pretende-se a constituição de um grupo ativo de jovens entre os 16 e os 30 anos de idade, de etnia cigana, residentes em Braga, contando com o apoio de outros jovens de etnia cigana - mediadores e dinamizadores - com experiência em projetos de intervenção e outras iniciativas semelhantes que decorrem noutras cidades.

Esta atividade assenta numa metodologia participativa, que valoriza a diversidade de perspetivas e as necessidades presentes nos elementos do grupo e estará, por esse motivo, orientado para o desenvolvimento de uma multiplicidade de métodos, técnicas, instrumentos e ferramentas, ajustados às dinâmicas individuais.